22 de setembro de 2011
SONETO SOBRE TEMA
Quando não te vejo, meu amor,
Sinto em meu corpo a tua falta.
É então que eu te desejo com ardor.
Por não te ter é que a paixão se exalta.
E me ponho a refazer, mas já em alfa,
As nossas cenas de entrega com fervor.
É só então que o coração se acalma,
Quando vejo a tua imagem em meu torpor.
Mas, se depois nos temos face à face,
Sinto a mão de Penélope soltando,
Desfazendo, ponto a ponto, nosso enlace.
E me ponho a pensar, antes que esgarce,
Que seria melhor se não te achasse,
E só assim te amasse: não te amando.
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2 comentários:
Esse ultimo verso é genial. A expectativa de uma rima imediata é suprida com a ideia de que há amor( só assim te ammasse:) . Logo depois o desfecho, conclui a fatalidade do argumento que ja ia se preparando, e rima com o segundo verso do primeiro terceto ( Sinto a mão de penélope soltando), lembrando-nos da forma, que estamos em um soneto. Ou seja, a conclusão imediata ilude, puxando para si a percepção da fluencia rítmica, e ao mesmo tempo abre um vacuo para a conclusão ( quem já tomou um caixote de uma onda talvez entenda melhor ), que se dá a um leitor momentaneamente desnorteado.
demais! esse diz tudo o que eu tenho pensado nos últimos tempos!!
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